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domingo, 24 de janeiro de 2016

Entrevista com uma garota de programa

Entrevista com uma garota de programa
 
 Luiza Costa
 
14 julho 2012
 
Encontrei a J. em uma segunda-feira em um bar movimentado. A entrevista foi interrompida
 
diversas vezes por homens tentando oferecer um drink, chamar pra dançar e alguns convites
 
mais ousados. Com seu vestido curtíssimo, um salto enorme que daria inveja a 90% das
 
mulheres, J. dispensava todos com um belo sorriso e um gesto delicado. "Hoje não, meu amor,
 
hoje eu vim só pra me divertir". Segunda e terça feira ao contrário da maioria das pessoas,
 
são os dias de folga da morena com roupas caras e  maquiagem impecável.
Quando cheguei, ela já estava no terceiro campari, disse que é ruim, mas é bonito e chama
 
atenção, que aprendeu a beber por causa da profissão e hoje em dia se acostumou com o sabor
 
amargo (quem é que nunca se forçou a beber?!). E é nesse clima de descontração que pedi uma
 
vodka e depois de uma introdução sobre o blog (e mais uma vodka), começamos a entrevista.
PAM: Primeiramente, muito obrigada por estar cedendo essa entrevista de forma gratuita para
 
o blog. Ela com certeza responderá algumas curiosidades de muita gente, bem como fará com
 
que a gente saiba um pouco mais sobre a vida de uma garota de programa (GP).
J: Não por isso. É bom ter voz em um espaço sério, mostrar o lado B do trabalho da garota de
 
programa, se mais pessoas nos dessem ouvidos talvez o preconceito fosse menor.
PAM: Você poderia fazer uma breve apresentação da sua pessoa, falando como é o seu trabalho,
 
etc.
J: É um trabalho como a maioria dos trabalhos autônomos, cobro em média 200 reais o
 
programa. Não tenho horário pra cumprir, ponto pra bater, mas se não trabalho não como.
 
Exige sacrifícios como qualquer outro emprego, mas também tem um lado gratificante. Eu só
 
atendo de quarta a domingo, quando preciso de uma grana extra pra algum luxo eu abro
 
exceções.
PAM: Como você começou na profissão? Ou melhor, o que te fez entrar nela?
J: Quando saía com as minhas amigas, era muito paquerada, principalmente por caras mais
 
velhos. Eles me pagavam bebidas, jantares, alguns me davam presentes, mas isso não botava
 
comida na mesa, às vezes ganhava lingeries tamanho G, que era o que eles eram acostumados em
 
casa (risos), então resolvi começar a sair com eles, mas cobrando em cash, assim escolheria
 
o que queria. Saía, viajava…
PAM: Como foi o seu primeiro programa? Foi algo "fácil" de se fazer?
J: Foi horrível. Eu me sentia suja, vi a minha vida inteira passando pela minha cabeça, os
 
conselhos da minha mãe, o que minha irmã mais nova iria pensar se soubesse, se ela ainda me
 
admiraria. Lembrei de tudo que tinha planejado pra minha vida, e não era nada daquilo. Eu já
 
era acostumada a sair com homens que eu não tinha a menor química, mas a situação foi muito
 
diferente, foi num muquifo, por uma mixaria. Me senti muito mal. Mas depois conversei com
 
outras amigas que faziam programa há mais tempo e me falaram que é muito normal essa
 
sensação. Depois passa.
PAM: Qual é o tipo de cliente que mais te procura? Como você traçaria o perfil mais comum
 
dos seus clientes? (aqui você poderia dizer media de idade, classe social, se são solteiros
 
ou casados etc).
J: Quando eu atendia na rua, a maioria eram playboys novinhos, caras bonitos, sarados, que
 
provavelmente tem uma namorada pudica esperando em casa, mas gostam de uma sacanagem e de
 
variar o cardápio. Também tinha muito trabalhador, que a gente via que tinha economizado o
 
mês inteiro pra poder me pagar. Hoje em dia eu ponho anúncio no jornal, cobro mais caro,
 
quem me procura está querendo discrição, muitos homens casados me procuram, homens com uma
 
situação financeira estável. A procura de mulheres também é grande, mais por curiosidade,
 
sabe? Mas não atendo mulher sozinha, só casal. Primeiro que não gosto de xota, e depois,
 
elas nunca fazem propaganda boca a boca, morrem de vergonha, e essa é a alma do negócio
 
(risos).
PAM: No seu ponto de vista, qual é o maior motivo que faz os homens te procurarem? O que
 
eles mais te pedem para fazer?
J: Anal, boquete e pra comer a bunda deles. Muitos homens tem vergonha de pedir, alguns
 
pedem fio terra, outros pra usar os meus brinquedinhos. A gente sente, sabe? Quando vai
 
lamber o saco eles dão uma inclinada, a gente vai testando e na maioria das vezes eles
 
deixam. Anal é um tabu, principalmente pra homens mais velhos, as esposas não dão. E o
 
boquete é um clássico. Mulher não sabe chupar direito, é meio automático, tem que fazer com
 
vontade, eles adoram.
PAM: Algumas pessoas consideram a sua profissão como algo pesado, tal como ter que encarar  
 
       homens mal educados, outros que você não sente a mínima atração, e assim por diante.
 
Você considera a sua profissão pesada até que ponto?
J: É muito arriscado. A gente nunca sabe com quem tá lidando. Tem muitas meninas que apanham
 
dos clientes que não querem pagar, muitas são mortas, principalmente as que fazem ponto na
 
rua. O agente (famoso cafetão) muitas vezes é uma segurança, apesar de levar parte do lucro.
 
Mas ele sempre fica por ali. Eu trabalho sozinha, então às vezes tenho medo, se percebo
 
alguma coisa estranha ou se o cara marca num lugar suspeito eu dou uma desculpa e não vou.
 
Prefiro fazer programa em motel. Casas afastadas não vou de jeito nenhum.
PAM: Como você lida com a constante possibilidade de contrair alguma doença sexualmente
 
transmissível? Não que esse problema esteja apenas nesse meio, mas sim porque você estaria
 
mais constantemente exposta a ele.
J: Tem a camisinha, mas ela também estoura né, meu amor… Tem muito cara babaca que tira
 
também. Eu já tive DST, perdi as contas, mas sempre vou ao gineco pra ficar limpinha, tenho
 
que cuidar do meu instrumento de trabalho. Meu medo mesmo é AIDS. Eu tenho HPV. Ai será que
 
alguém ouviu? (diz ela olhando pros lados). Mas sempre cuido pra não passar nem pegar nada,
 
sempre me cuido muito, me alimento bem pra ficar com o corpo em forma e pro sistema
 
imunológico não falhar. Não posso ficar doente né? Senão não viajo fim do ano, não compro
 
meus sapatos e tenho que cuidar do físico de uma forma geral.
PAM: Você já levou muitos calotes? Existe uma maneira eficaz de reduzir a probabilidade
 
deles acontecerem? Você tem alguém que trabalha contigo para ir atrás de quem não paga?
J: Já levei no começo, era meio boba ainda, hoje em dia só com dinheiro adiantado. Claro que
 
ainda se corre o risco do cara te bater pra roubar o dinheiro que ele deu, mais o que você
 
tem na bolsa. Infelizmente não há muito que fazer. Só ser mais cautelosa e confiar nos
 
próprios instintos, o instinto feminino nunca falha. O que falta é confiar mais na intuição.
 
Como eu já disse, eu trabalho sozinha, mas a gente sempre tem um amigo do babado que quebra
 
o galho. Evito ao máximo, mas se trabalhei quero receber por isso, é o justo né? Mas fazer
 
programa pra receber depois nunca mais. Tem uns que dizem que não gostaram, então não vão
 
pagar, outros que não vão pagar e que se eu quiser que chame a polícia. Sempre aparece isso
 
na televisão, já vi acontecer até com atores da Globo. Lembra daquele vídeo do velhinho que
 
ia dar cinco reais de caridade pra profissional do sexo? (risos).
PAM: E a segurança, como você faz para se manter segura nesse meio no qual nem sempre se
 
conhece as pessoas que te contratam?
J: Primeiro passo é conhecer o lugar onde você mora. Se é num bairro que não conheço
 
pergunto pras amigas onde fica, como é o clima de lá. Se for muito afastado e ermo não vou.
 
Se o cara for muito grosseiro também evito, só se tiver precisando muito de dinheiro, mas
 
vou morta de medo. Se só percebo isso quando cheguei lá, dou um jeito de acabar logo ou de
 
ir embora na mesma hora. Sei que é um nome feio, mas o cafetão ajuda muito nessas horas…
 
eles protegem, cuidam das meninas deles… Trabalhar em puteiros ou em boates também é mais
 
tranquilo, porque tem identificação na entrada das boates e nos puteiros a gente dá lá
 
mesmo. Nas ruas é muito perigoso, por isso as meninas e as bonecas*  *Travestis, andam em
 
bando pra se protegerem… E sempre tem alguém escondido de olho.
PAM: Você também faz programas com mulheres? Se sim, nos conte o que você mais faz que
 
envolve elas (programas a 3, etc), bem como a sua visão disso.
J: Já fiz com mulher sim, mas não gosto. É interessante, elas vão a loucura, parece que
 
descarregam anos de tesão enrustido. Só que não gosto da cara de culpa que elas fazem no
 
final, parece que sentir prazer é algo sujo e pagar por isso pior ainda. Quando eu compro um
 
sapato caro a minha calcinha molha, paguei por ele, porque não pagar por sexo? É prazer do
 
mesmo jeito, mas de formas diferentes. E o homem costuma contar pros amigos, recomendar,
 
mulher não. É tipo quando a gente tá de dieta e come um bolo escondido. E não dá pra
 
fantasiar com o seu namorado, com o Brad Pitt. Mas eu faço com casais, no começo elas estão
 
acanhadas, mas quando dou atenção a elas, elas se soltam, depois até gostam de ver o marido
 
comendo outra, afinal ela continua tendo atenção, sempre estou em contato com elas, nem que
 
seja visual, pra elas não se sentirem de fora da transa. Algumas já tentaram voltar
 
sozinhas, mas eu não quis. Elas gostam que as chupem, maridos não fazem isso né? Acho que só
 
no aniversário de casamento e olhe lá (risos).
PAM: Acredito que às vezes você acaba tendo uma função parecida com a de psicóloga. Do que
 
os homens mais se queixam para você no que diz respeito às mulheres (sejam elas companheiras
 
deles ou não). Acontece de as vezes pagarem seu serviço para apenas conversar? Como uma
 
sessão na psicóloga mesmo? Ou de companhia para festas e/ou eventos sociais.
J: Ah sim. Já tive clientes que só conversaram, outros não funcionaram e quiseram aproveitar
 
o dinheiro e o tempo e ficar conversando. Outros dão uma rapidinha e passam o resto do tempo
 
batendo um papo. A grande maioria das vezes o papo gira em torno da mulher deles ou da ex ou
 
da mãe. Meio Édipo né? Tinha um cara muito legal que conversou comigo das viagens dele, dos
 
museus, de filosofia, de filmes, mas é raro. A maioria só desabafa. E é mais comum do que se
 
imagina virar psicóloga. Depois da Bruna Surfistinha parece que isso piorou. Eu tenho um
 
lado mãezona, nessas horas encarno ele e às vezes até ponho no colo e faço cafuné. Já to
 
meio bêbada, você se importa se eu ficar mais? Vou pedir outro desses, depois do sexto você
 
nem sente mais o gosto.
Nunca me chamaram pra eventos sociais, geralmente quem pede esses serviços são executivos de
 
outras cidades e os hotéis geralmente tem a famosa pasta rosa, que é um catálogo que oferece
 
o serviço das acompanhantes. Se o hotel não tem, geralmente o recepcionista conhece uma e
 
indica, pra eles é lucro indicar porque é garantido que a moça não vai fazer escândalo no
 
hotel mesmo que o cara não pague. Hotel é um vai e vem de putas a noite toda. De tanto ir, a
 
gente acaba fazendo amizade com quem trabalha lá, geralmente homens, as mulheres não gostam
 
muito…
PAM: Qual foi a coisa mais inusitada que você já teve que fazer dentro da profissão? Nos
 
conte alguma coisa que você adorou fazer.
J: Difícil responder essa… A gente tem que fazer cada coisa que você nem imagina. Mas acho
 
que foi ficar com dois irmãos. Não eram gêmeos, mas eram parecidíssimos. Não é uma coisa
 
rara de acontecer, mas eu penso na minha irmã. Eu nem consigo imaginar minha irmã me vendo
 
fazer sexo, imagina dividir a cama com ela? E o mais novo tinha fetiche com o dedo mindinho
 
do pé, o mais velho com axilas. Nojento né? A coisa que eu mais gostei de fazer foi tirar a
 
virgindade de um cara de mais de 30 anos. Ele disse que tinha se guardado esperando uma
 
mulher legal. Ele era muito tímido, tadinho. Como não tinha conseguido ele passou a procurar
 
garotas de programa, mas nunca tinha dado um click. Ele sempre pagava e ia pra casa ver TV
 
sem fazer nada. Mas disse que comigo tinha dado uma química. No começo achei que era papinho
 
pra barganhar um desconto, mas depois vi que era verdade, ele era todo desajeitado, meio
 
afobado. Mas foi legal, consegui guiar e acabou tendo carinho, cumplicidade, hoje em dia
 
acho que ele deve ser bom de cama, ele aprende rápido (risos).
PAM: E alguma coisa que você detestou fazer?
J: Golden Shower, é quando o cara quer mijar em você. Achei nojento, mas topei experimentar,
 
to na vida pra isso, né, meu amor. Mas achei que ele ia mijar na minha barriga, nas coxas,
 
mas ele me pegou pelo cabelo e queria mijar na minha boca! Dei um grito, mandei parar. Falei
 
que tinha acabado ali. Ele pediu desculpas… Tomamos um banho e continuamos, mas no meio da
 
transa ele começou a mijar de novo, parecia um velho com incontinência urinária. Mandei por
 
a roupa mijado mesmo e ir embora. Antes de ir ele perguntou – E uma cagadinha, tu curte?
 
Quase vomitei ali, só não vomitei pq talvez ele gostasse e quisesse continuar (risos).
PAM: Você já passou por algum apuro? Nos conte algum!
J: Acho que esse do xixi, achei que não fosse conseguir me soltar e acabar fazendo
 
urinoterapia a força. Passei por vários, nessa profissão a gente tá sujeita a tudo. Eu volto
 
pra casa sempre de taxi, não acho muito seguro andar com meu carro por aí por causa dessa
 
coisa de sequestro né? Mas já peguei uma carona com um cliente que passei maus bocados. Fui
 
conseguir sair do carro do cara quase na divisa de São Paulo, mesmo esperneando e ameaçando
 
parar o primeiro carro de polícia que aparecesse. Ele dizia que ia me levar pra Bahia pra
 
apresentar pra mãe dele. E queria porque queria. Depois disse que ok, já que ele fazia
 
questão, demonstrava que era um cara sério e eu tava mesmo precisando de um desses. Fui
 
conversando com ele, pedi pra ele parar pra comprar uma cerveja e pedi ajuda pro rapaz do
 
posto da estrada. Ele tinha ido ao banheiro, quando voltou viu o atendente do posto no
 
telefone, achei que ele fosse me bater, mas correu pro carro e saiu correndo. Sabe lá o que
 
esse doido queria fazer comigo.
PAM: Como você lida com as paixões? pois certamente você já se apaixonou por alguém…
J: Já. Muito. Sou bem carente, me apaixono com frequência, daquelas de querer casar de
 
branco e ter filhos, mas desapego com a mesma facilidade. Meus relacionamentos são baseados
 
na verdade, todos eles sabiam da minha profissão, alguns não gostavam, me pediam pra parar,
 
eu disse que pararia por um salário mensal, mas nunca achei nenhum que me fizesse isso,
 
nunca vou largar minha profissão pra ser dona de casa, pra depois separar e sair com uma mão
 
na frente e outra atrás porque sou puta. Claro que não quero ficar nessa profissão a vida
 
toda, mas to juntando meu pé de meia. Aqui é interior né? Todo mundo me conhece, até te
 
avisaram que eu estaria aqui hoje. Quando for largar essa vida vou pra outra cidade, casar e
 
pretendo não comentar meu passado. Não que seja vergonhoso, mas sei como as pessoas são,
 
primeira briga isso vai ser usado contra mim. Eu sempre deixo claro que o sexo com meus
 
namorados é diferente dos clientes, mas a minha profissão sempre pesa muito. Pra eles é
 
muito difícil de lidar. Pra mim também, Não posso chegar em casa depois do trabalho e dar um
 
beijo na boca por exemplo porque sei que mesmo que eles retribuam o beijo vai ser por
 
obrigação, com nojo, com ciúmes.
PAM: Algum cliente já se apaixonou por você? Você acredita ser difícil para uma GP arrumar
 
um namorado?
J: No começo eu era bem novinha, ficava toda boba imaginando se era aquele cara que ia me
 
tirar dessa vida. A história da Bruna Surfistinha é o conto de fadas das garotas de
 
programa. É muito difícil acontecer, e quando acontece a gente é muito humilhada, parece que
 
o título de puta acompanha pra sempre. Alguns dizem que nunca sentiram algo parecido, mas
 
somem, acho que é o hábito de falar isso pras garotas que eles comem, pra garantir uma
 
segunda transa. Outros falaram, voltaram várias vezes, mas como não dei bola, não foi pra
 
frente. Mas muitos se apaixonaram de verdade. Não é difícil se apaixonar por uma garota de
 
programa se for pensar bem. É uma mulher que te escuta, liberal na cama, não enche o saco
 
por causa do futebol com os amigos, não reclama da empregada, é uma vida diferente, tem
 
gostinho de começo de namoro, encontros as escondidas, amassos, estamos sempre bem
 
arrumadas, cheirosas, prontas pra tudo. A maioria reprime por causa do machismo e do
 
preconceito.
PAM: Você diria que os clientes te tratam bem dentro da profissão? você já ganhou muitos
 
amigos, presentes etc?
J: Amigos nunca fiz. Fiz muitas amigas, companheiras de farra, de profissão, mas clientes
 
amigos nunca. Como vou ser amiga de um cara que não posso ligar na hora do aperto porque a
 
família dele vai achar ruim, ou o chefe vai achar estranho encontrar ele num barzinho
 
badalado com uma garota de programa. Interior, né? Complicado, meu amor. Presentes já ganhei
 
um monte. Nenhum diamante gigantesco, já ganhei um colar que um menino roubou da mãe dele,
 
mas pedi pra devolver, disse que um bilhetinho me deixaria tão feliz quanto. Ele me negou no
 
começo, mas o colar era de velha e caro, sabia que ele não tinha comprado aquilo e coisa
 
roubada atrasa a vida da gente né? Já ganhei lingeries (a maioria do tamanho errado) que o
 
cara me pedia pra usar na hora, ficava horrível, morria de medo de ter sido usada por alguém
 
com doença, mas checava bem o fundo e usava. Mas flores, bombons, ursinho de pelúcia, essas
 
coisas que se dá pra namorada, é difícil… Me trazem muita coisa da mulher. Se for bonito eu
 
não reclamo, se for feio mando devolver e quando já tomei uns drinks a mais digo que aceito
 
o valor em dinheiro. Fico cara de pau.PAM: Por fim, diga o que você acha que faz de uma
 
mulher boa de cama. Nos dê alguma dica de mulher para mulher!
J: Não adianta ler o kama sutra se você não for segura de si. Mulher boa de cama, mulher
 
gostosa é aquela que gosta de si mesma, que explora o próprio corpo, que faz tudo o que se
 
sente a vontade pra fazer, sem pudores, sem vergonha. Mulher boa de cama é aquela que geme
 
de verdade, que gosta do que tá fazendo. Nada pior que uma chupada sem vontade só pra
 
agradar. Fica mecânico. Tem que fingir que é um Corneto e saborear cada pedacinho, sabe? Tem
 
que se sentir livre, sem pensar se tá sendo ridícula, falar sacanagem se quiser, esquecer
 
celulite, a mulher boa de cama costuma ser quase egoísta. Ela pensa em si, no prazer dela, e
 
em decorrência disso acaba dando prazer pro parceiro. Ela não faz o que não gosta. Ok, de
 
vez em quando um agradinho não faz mal né? Mas se for sempre fica chato, ela para de gostar
 
de fazer aquilo e cai na rotina. Meu conselho é ser ousada, às vezes tomar a iniciativa, nem
 
precisa ser direta, mas uma camisola sem calcinha e um beijo mais quente já dizem tudo.
 
Goste da coisa, goste de si, saiba o que você gosta, seus pontos, guie-o pra isso ou a
 
mulher vira uma boneca inflável. E não me responsabilizo se o marido me procurar (risos).
 
Ué, já acabou a entrevista? Não quer inventar uma última pergunta pra dar tempo da
 
saideira?Então pergunto a ela que mensagem ela passa pras mulheres que lêem o blog (e pros
 
rapazes também), deixando de lado a profissão, como mulher experiente, vivida, livre.
 
Simplesmente mulher.
J: Bem, gente, foi um prazer. Adorei o nível das perguntas, não conhecia o blog, achei muito
 
de bom gosto. Quando soube que era um blog com dicas pras meninas, que ajudava a solucionar
 
nossa vida que tantas vezes é confusa, já virei fã. As mulheres que tantas vezes são
 
práticas no dia a dia, no campo amoroso se deixam levar pelo coração e tudo vira um caos.
 
Mas com uma visão feminina de fora, sem dica mentirosa daquela amiga falsa que diz que você
 
fica linda naquela roupa que te deixa gorda, urucubaca da cunhada, conselho parcial da
 
sogra, tudo fica mais fácil. Escutem, garotas! Vocês só tem a ganhar.
Agradeço o convite para a entrevista,  foi um espaço pra mostrar um pouquinho de humanidade,
 
que não somos só pedaços de carne. Que a vida de uma garota de programa não é um mar de
 
rosas, mas também não é só marginalidade como pintam. Mas você se enganou. Essa entrevista
 
não vai sair de graça, o próximo Campari é por sua conta, é a saideira, porque quero ir pra
 
casa, colocar meu pijaminha, e ler o blog, porque mesmo sendo experiente ainda tenho muito o
 
que aprender.
E pros rapazes, só tenho a dizer que não nos subestimem!
 
Abraços!
ADENDO DE MADAME TPM, NOSSA ENTREVISTADORA:
Depois de fazer a entrevista com a J. cheguei em casa e fiquei pensando enquanto ouvia o
 
audio (a entrevista foi gravada e chegando em casa transcrevi, tirando apenas algumas gírias
 
e coisas que saiam do foco da entrevista) novamente. Enquanto estava no bar, cercada de
 
pessoas, as coisas pareciam diferentes. Agora sinto um certo tom triste na sua voz e me
 
lembrei de quando nos conhecemos, há pouco mais de um ano atrás quando eu trabalhava em um
 
bar. Lembrei de todas as histórias que ouvi, das pessoas da noite que conheci e me toquei
 
que nenhuma traça isso como uma carreira. O sonho de todas é colocar um tailleur e ter
 
carteira assinada. Ter uma vida de propaganda de margarina. Só nesse meio tempo 3 garotas de
 
programa morreram na minha cidade, isso porque moro no interior.
O que chamam de "vida fácil" é duro, é uma profissão árdua, por isso muitas delas se drogam,
 
estão sempre altas e com uma dose de alguma bebida forte na mão, elas precisam se afastar do
 
próprio corpo que está fazendo algo que elas não gostam, não naquela situação. Eu estudo
 
pedagogia, eu sei que vou me formar pra ganhar R$1.300 e fazer um mestrado pra conseguir
 
ganhar R$2.000, e sei que muitas delas mesmo ganhando mais dariam tudo pra estar na minha
 
pele. Pra fazer com que aquele sorriso seja sincero, e não parte da produção pra uma noite
 
de trabalho.
OBS: Entrevista feita por Madame TPM, mandamos as perguntas e lá foi ela no interior de SP
 
entrevistar nossa primeira GP. Com isso damos o nosso pontapé inicial a essa nova sessão do
 
blog, a de entrevistas para saber melhor da vida de algumas pessoas que sempre tivemos
 
curiosidade em saber sobre, mas não sabíamos onde encontrar as respostas para as nossas
 
perguntas!!
Se você é um "homem garoto de programa", gosta de escrever e quiser dar uma entrevista para
 
o blog, entre em contato comigo: pergunteaumamulher@gmail.com
 
extraído do site:
 
 
 
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