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quarta-feira, 5 de junho de 2013

a traidora

  A traidora

Eu amo o meu marido. Amo mesmo, de verdade. E é justamente esse, o meu
problema.

Quando tinha 22 anos, me casei com Rogério. Eu o amava demais, desde a
adolescência quando namorávamos no pátio da escola ou atrás da venda do meu
pai. E foi por essa época que tudo começou:
 Rogério tirou minha virgindade quando eu tinha 16 anos, na sala de minha casa
enquanto meus pais dormiam. Correu tudo muito bem, obtive prazer intenso com a
coisa toda e passamos a manter relações sempre que podíamos. Eu era
completamente apaixonada!
 Meu problema começou cerca de um ano depois, aproximadamente, quando conheci
Alberto em uma festa Junina. Na verdade, já o conhecia, mas nunca tinha trocado
com ele mais do que algumas palavras. Ele era uns 5 anos mais velho, sem grandes
atrativos, não era alto ou musculoso. Mas era safado! Sempre me olhava com
desejo descarado. Sabia muito bem da minha relação com Rogério, mas vivia me
lançando olhares devoradores que me desconcertavam. Naquela noite de festa,
tive uma pequena discussão com Rogério, porque ele já estava bastante alto e
não parava de beber. Foi a deixa para Alberto.
 Emburrada, disse a Rogério que ia embora para casa e me afastei do grupo que
comia espetinhos de carne e tomava cerveja, dirigindo-me à entrada do ginásio
onde se desenrolava a festa. Nem bem eu saí pelo portão, dei de cara com um
sorridente Alberto.
 - Posso acompanhá-la? – Perguntou de mãos nos bolsos e ar de menino
bonzinho.
 Aquiesci. Em parte, por raiva de Rogério por não preferir ficar comigo, em
parte por curiosidade. Afinal, toda mulher gosta de saber-se atraente.
 Subimos pela rua, dobramos à esquerda, depois à direita, uma rua pequena e
escura que servia de excelente atalho até minha casa. Tão logo ficamos
distantes dos olhares alheios, Alberto segurou em minha cintura, me puxou contra
si e encostou-me na parede de uma casa.
 - O que é isso? – Tentei protestar, olhando diretamente em seus olhos.
 - Calma! Eu só quero conversar com você. – Disse ele, com uma voz
calma, pausada e cheia de malícia.
 Fiquei alguns segundos indecisa, sem saber como reagir e foi tempo o bastante
para que a coisa toda acontecesse: Eu olhava sem ação para aqueles olhos,
sentia os braços fortes me puxando contra ele, ouvindo as palavras quentes que
ele pronunciava lentamente e que iam penetrando em minha mente, propagando seu
calor por todo meu corpo.
 - Eu sei que você ama seu namorado. Isso não tem nada a haver com amor.
– Dizia ele, enquanto eu sentia suas mão me segurando com firmeza,
mantendo seu corpo quente me prensando contra a parede, seu rosto bem próximo
ao meu. – Eu só quero ter você, preciso ter você.
 Sei que eu devia ter gritado, esbofeteado, chutado e saído correndo. Afinal,
ele agia como um completo cafajeste, totalmente desrespeitoso e eu tinha um
namorado. Mas não consegui. Na verdade, para ser bem sincera, essa idéia nem
me passou pela cabeça. Aquela situação inesperada me excitava demais, o modo
como o canalha me segurava e o modo como agia, me deixavam completamente
entregue.
 Alberto, percebendo minha falta de reação, sentiu-se ainda mais livre para
agir. Descendo uma das mãos pela lateral do meu corpo, segurou em meu quadril e
apertou seu corpo ainda mais contra o meu na altura da cintura, me fazendo
sentir o volume rijo sob suas calças. Estava muito duro.
 Assustada, coloquei as mãos em seus ombros e empurrei para me afastar. Para
minha surpresa, ele não resistiu muito, afrouxou seu abraço permitindo um
ligeiro afastamento, mas sem me soltar.
 - Eu não quero nada a força, delícia. – Disse com aquele tom de voz
que penetrava por meus ouvidos e me descia até minha virilha, deixando minha
calçinha ensopada. - Quero que você goste, que você queira, que você me dê.
 - Eu... eu.. não posso. – Tentei dizer, mas minha voz saiu rouca e
extremamente sensual, mais convidando que protestando. Era como se meu corpo
todo conspirasse contra mim.
 Alberto, ainda segurando em minha cintura com uma das mãos, com a outra abriu
a braguilha da calça lentamente, sem pressa, dando-me todo o tempo do mundo
para reagir e tirou seu pau para fora. Olhei.
 Era um falo grosso, cabeçudo, que pulsava muito duro com suas veias saltadas.
Se até aquele momento eu pensava em resistir, não mais! A visão daquela pica
enrijecida diante de mim fez com que eu só pensasse em como seria a sensação
de senti-la. Então, fechei os olhos.

Culpa! Era só o que sentia mais tarde, deitada em minha cama, o travesseiro
regado de lágrimas. Minha mãe, sentada à cabeceira, tentava me consolar
dizendo que brigas de namorados são coisas comuns e corriqueiras, que eu não
devia deixar isso me afetar tanto, que logo estaria tudo bem novamente. Claro,
ela não compreendia minha culpa, atribuindo-a à minha discussão com Rogério,
ignorando totalmente que o que eu sentia era culpa. Culpa, não apenas por ter
estado com outro, mas por ter gostado e gostado muito!
 Quando fiquei sozinha no escuro do meu quarto, as imagens e sensações
voltavam para me assombrar: A mão de Alberto entrando por debaixo de meu
vestido, minha perna esquerda erguendo-se quase por vontade própria para
facilitar seu acesso, seus dedos experientes e grossos acariciando minha vulva
por cima do pano da calçinha já ensopada, depois afastando o tecido para o
lado e tocando a carne, ao mesmo tempo em que encostava a glande daquele falo
duro, lambuzando-a em mim. A respiração de Alberto em meu ouvido, ofegante de
desejo, sua mão esquerda na minha cintura, a outra ajeitando seu instrumento
sem pressa alguma, tornando-me completamente conivente, completamente cúmplice,
aumentava a sensação de desesperado desejo de ser penetrada. Depois, o
sentimento daquela rola grossa vagarosamente se encaixando, explorando, abrindo
até tocar o fundo, as bombeadas de foda que me deu, lentas e firmes, meu
orgasmo alucinante.
 Culpa! Imensa culpa! Mas além da culpa, outra sensação persistia. Lembrei de
como voltei para casa correndo sozinha, assim que Alberto se retirou de dentro
de mim sem sequer ter me dado um beijo, a sensação da calçinha quente e tão
ensopada de fluidos, que esses escorriam por minhas coxas. Ali, deitada sozinha
em meu quarto e apesar de toda a culpa, comecei a me masturbar.
 No dia seguinte, Rogério me procurou. Estava muito bonzinho e pedindo mil
desculpas. A princípio, pensei em contar tudo a ele, mas não contei. Também
temia que Alberto desse com a língua nos dentes ou que alguém nos tivesse
visto. Mas não. O tempo foi passando e nada acontecia, tudo continuava do mesmo
jeito. Eu sentia remorso por ter traído meu amado, mas ao mesmo tempo aquilo
tudo me excitava muito, como se o sentimento de culpa ampliasse ainda mais meu
desejo. Eu não queria ser assim, mas não podia evitar.
 Levou um mês para que Alberto aparecesse novamente. Ele me encontrou na rua,
me cumprimentou com frieza e me entregou um papel onde estava escrito: Olaria em
meia hora. Depois, seguiu seu caminho sem dizer nada. Joguei fora o papel e fui
para casa. Entrei no meu quarto e olhei no espelho. Senti vergonha de mim mesma,
pensei em Rogério, no quanto eu o amava, em tudo o que ele significava para
mim, em como eu estava errada, que não podia mais ser assim. Joguei-me sobre a
cama, levantei-me novamente, fui até a cozinha, voltei ao quarto e, em menos de
quinze minutos estava saindo em direção à olaria.
 Era uma velha olaria abandonada, nada exceto uma casa velha sem teto e um forno
de tijolos, que ficava em um local um pouco afastado, de onde ouvia-se os
barulhos da cidade ao longe. Durante um tempo, era usada pelas crianças como
local para brincar. Depois, alguém se machucou em uma tábua solta, os pais
proibiram e o lugar ficou meio esquecido.
 Não havia porta na casa. Entrei, mas não havia ninguém. Chamei uma ou duas
vezes, sem resposta, então me sentei em uma pilha de tijolos e esperei.
Através do teto inexistente, podia ver algumas pequenas nuvens que escorregavam
pelo céu azul, impulsionadas lentamente por um vento que eu não sentia.
 - Assim que eu gosto! Boazinha esperando por mim.
 A voz tirou-me de minha divagação. Alberto entrara pela porta e
aproximava-se, o mesmo sorriso jocoso, o mesmo olhar devorador, o mesmo tom
humilhantemente calmo, pausado e arrogante. Imediatamente, senti um frio em
minha espinha e um calor entre minhas pernas.
 Ele parou diante de mim, ficou me olhando um tempo, depois disse:
 - Eu quero um beijo.
 Lembrei que, na outra noite não havíamos sequer nos beijado e comecei a
levantar, mas Alberto pousou a mão em meu ombro, mantendo-me onde estava. Olhei
para ele sem compreender, mas suas mãos dirigiram-se para a fivela de seu
cinto, bastante elucidativas.
 - Não sou seu namorado. – Disse ele, como se explicasse a uma criança
uma coisa totalmente óbvia. – E não quero ser. Não quero saber dos seus
planos futuros, nem falar dos meus, nem quero passear de mãos dadas com você
pela praça da cidade.
 Ao terminar a última frase, sua calça já estava arriada, o volume sob a
cueca branca bem diante de meu rosto. Ele colocou as mãos na cintura e esperou.
 “Grosseiro arrogante”. Pensei. “O que esse cara está
pensando? Por que acha que pode me tratar desse jeito?” E, ao mesmo tempo
em que pensava tudo isso, vi que minhas mãos abaixavam a cueca dele, libertando
seu cacete ainda meio mole, bem diante de meu rosto. Senti o cheiro do pau,
encostei meu rosto sentindo a pele macia, depois o beijei. Sem colocar as mãos
nele, fui lambendo em toda extensão até chegar à cabeça, enfiando-o todo na
boca. Alberto gemeu alto. Não levou um minuto para que aquele monumento ao
prazer estivesse totalmente rijo, apontando para o céu.
 Segurando-o com delicadeza, mantive-o em direção à minha boca, trabalhando
com afinco enquanto Alberto me dizia o que queria, como queria, me ensinando
técnicas que eu desconhecia até então.
 Eu masturbava-o com uma mão ao mesmo tempo em que ele segurava em minha nuca e
me ajudava a colocar o pau fundo na boca, depois tirar e enfiar novamente, minha
língua o tempo todo agitando-se, acariciando, estimulando. Quando ele percebeu
que ia gozar, enfiou o pau até minha garganta e senti o líquido quente
jorrando em jatos intermitentes.
 - Engole tudo, piranha!
 Continuei beijando e lambendo cada gota, como se fosse mel, percebendo que
minha outra mão acariciava meu clitóris deliciosamente melado.
 Alberto, então, afastou-se um pouco, ergueu a calça e ficou observando
enquanto eu me masturbava. Fechei os olhos ao sentir um orgasmo poderoso me
atingir como uma sucessão de raios atravessando meu corpo.
 Quando abri os olhos novamente, ele já não estava mais lá.

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